28 de junho de 2010

Amanhã!

Alerta o pardal para o inconsciente da realidade. Esse cantarolar de uma vizinha desconhecida, aborrecida e violentamente fascinada por tudo e por nada. Há feições de cicatrizes entre muitas outras coisas que aparecem e desaparecem pelo tempo, mas ouço um relógio triste que acaba de parar. Luz, vejo e é demasiado forte, procuro e descubro aquilo que o mundo reservou para mim, que se esqueceu o destino e não vem nos livros. Haja fé naquilo que não seja religioso, haja tristeza com uma pinga de felicidade e um rio cheio de água salgada. Amanhã tudo volta a ser igual ao dia de todos dias, e um dia será o dia de todos nós.

Anteontem

A lua apareceu amarela esta noite. Já ontem aconteceu o mesmo e, não tinha reparado que o céu estava lá. A lua já se foi, com aquele sorriso de lado, angustiado com tristes amarguras desta vida corrompida por vontade nunca antes tida. É assim, palavras que não valem mesmo nada, infelizes por existirem passagens que marcam momentos, esses, como a mistura do dia com a noite, em que não se sabe se é noite ou dia com estrelas, lua e sol. Um escuro brilhante.