22 de outubro de 2010

O passado

Desesperados andam os patos, intrigados os ratos e as árvores rezam por um serrote. Anomalias dentro de um anagrama de anatomia deslumbram-se perante uma esfera de amnésia, centralizando-se num barco puxado pelos tempos vigorosos amestrados e carenciados por amores odiosos. Penso em coisas, naquelas que talvez poucos pensam, deleito-me ao sentido do luar, à estrela mais brilhante e à mais longínqua de todas. Descalço ando por este mundo, percorrendo um caminho mal traçado sem destino e amaldiçoado pelo velho inimigo do homem, fazendo de mim um ingénuo por amar, um iludido por sonhar e um triste sem fim. Por isso corajoso sou, atrás já não volto mais, tudo o que ficou no passado morreu e o que apenas me define é tudo aquilo que do passado ainda vive.

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